Tapumes da discórdia
Fechamento de rua no Leme para instalação de canteiro de obras das comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira causa polêmica
Publicada em 28/06/2011 às 10h51m
Ediane Merola (ediane@oglobo.com.br)- R1
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RIO - O fechamento de um trecho da Rua Aurelino Leal, no Leme, para a instalação de um canteiro de obras do programa Morar Carioca nas comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira, está provocando polêmica entre os moradores do bairro da Zona Sul do Rio. No início de junho, a prefeitura fechou a via com tapumes, entre a Rua Gustavo Sampaio e a Avenida Atlântica, deixando parte da vizinhança insatisfeita com as alterações no trânsito e na rotina da população. A Associação de Moradores (AMA-Leme), no entanto, não vê problema no uso do espaço. A entidade espera que uma das etapas da obra, para a construção da nova rede de drenagem que vai levar a água da chuva das duas comunidades para galerias na Avenida Atlântica, acabe com antigas línguas negras que poluem a praia.
O canteiro será usado para guardar o material e as ferramentas da obra, que tem custo total de R$ 43,4 milhões e vai beneficiar, somente nas duas favelas, cerca de 3.500 moradores. Para o vice-presidente da AMA-Leme, Francisco Nunes, é o bairro inteiro que sairá ganhando com a intervenção:
- O canteiro é um mal necessário, não tem como comer o ovo sem quebrar a casca. Brigamos há décadas por melhorias, já conseguimos a UPP e agora vem esse investimento de R$ 43 milhões. Pagamos IPTU caro, queríamos a contenção do crescimento desordenado, é um momento para unir forças - diz Nunes, acrescentando que a associação participou de reuniões com a Subprefeitura e a Região Administrativa, para discutir alguns pontos do projeto. - É igual a reunião de condomínio. As pessoas não aparecem e depois querem reclamar. O canteiro não atrapalha em nada. Quem vem pela Gustavo Sampaio, em vez de entrar na Aurelino é só seguir em frente e pegar a Rua Martim Afonso para acessar a praia.
Integrante do movimento SOS Leme, Sebastian Archer, rebate Nunes e diz que a Aurelino Leal é um ponto importante de saída do bairro, que perde parte do seu charme ao ser usado como canteiro de obras:
- Por que não botam o canteiro mais perto da obra em si? Os tapumes atrapalham a passagem dos moradores. Pagamos nossos impostos para poder circular. Vou coletar assinaturas, mobilizar a população e entrar com uma representação no Ministério Público solicitando a abertura da rua. Não podemos ficar dois anos com a passagem fechada.
Em nota, a Secretaria municipal de Habitação informou que a nova rede vai melhorar as condições de drenagem das águas pluviais em todas as ruas próximas ao acesso às favelas. No texto, a secretaria confirma que fez reuniões com a associação de moradores antes da colocação dos tapumes e da interdição parcial da Rua Aurelino Leal. Segundo a nota, os tapumes foram colocados a uma distância de dois metros dos prédios, protegendo os pedestres da área de circulação das máquinas, e com a autorização da CET-Rio.
No momento, estão em andamento dentro do Morar Carioca nos morros da Babilônia e Chapéu Mangueira, obras de contenção de encostas, reflorestamento, implantação de um Posto de Orientação Urbanística e Social (Pouso) e a criação de becos-limites para evitar a expansão desordenada, além da instalação de pontos de iluminação pública, praças, áreas de lazer e recuperação de ruas, escadas e pavimentos da Ladeira Ary Barroso.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/06/28/fechamento-de-rua-no-leme-para-instalacao-de-canteiro-de-obras-das-comunidades-da-babilonia-chapeu-mangueira-causa-polemica-924784427.asp#ixzz1QbdOffTN
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Um comentário:
O fechamento da Rua é para colocação de manilhas para escoamento de aguas pluviais fala sério por que não reclama das linhas de onibus q são uma tremenda porcaria.
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