Tapumes da discórdia
Fechamento de rua no Leme para instalação de canteiro de obras das comunidades da Babilônia e do Chapéu Mangueira causa polêmica
Publicada em 28/06/2011 às 11h26m
Ediane Merola (ediane@oglobo.com.br)- R1
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RIO - O fechamento de um trecho da Rua Aurelino Leal, no Leme, para a instalação de um canteiro de obras do programa Morar Carioca nas comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira, está provocando polêmica entre os moradores do bairro da Zona Sul do Rio. No início de junho, a prefeitura fechou a via com tapumes, entre a Rua Gustavo Sampaio e a Avenida Atlântica, deixando parte da vizinhança insatisfeita com as alterações no trânsito e na rotina da população. A Associação de Moradores (AMA-Leme), no entanto, não vê problema no uso do espaço. A entidade espera que uma das etapas da obra, para a construção da nova rede de drenagem que vai levar a água da chuva das duas comunidades para galerias na Avenida Atlântica, acabe com antigas línguas negras que poluem a praia.
O canteiro será usado para guardar o material e as ferramentas da obra, que tem custo total de R$ 43,4 milhões e vai beneficiar, somente nas duas favelas, cerca de 3.500 moradores. Para o vice-presidente da AMA-Leme, Francisco Nunes, é o bairro inteiro que sairá ganhando com a intervenção:
- O canteiro é um mal necessário, não tem como comer o ovo sem quebrar a casca. Brigamos há décadas por melhorias, já conseguimos a UPP e agora vem esse investimento de R$ 43 milhões. Pagamos IPTU caro, queríamos a contenção do crescimento desordenado, é um momento para unir forças - diz Nunes, acrescentando que a associação participou de reuniões com a Subprefeitura e a Região Administrativa, para discutir alguns pontos do projeto. - É igual a reunião de condomínio. As pessoas não aparecem e depois querem reclamar. O canteiro não atrapalha em nada. Quem vem pela Gustavo Sampaio, em vez de entrar na Aurelino é só seguir em frente e pegar a Rua Martim Afonso para acessar a praia.
Integrante do movimento SOS Leme, Sebastian Archer, rebate Nunes e diz que a Aurelino Leal é um ponto importante de saída do bairro, que está sendo usado como canteiro de obras:
- Por que não botam o canteiro mais perto da obra em si? Os tapumes atrapalham a passagem dos moradores. Pagamos nossos impostos para poder circular. Vou coletar assinaturas, mobilizar a população e entrar com uma representação no Ministério Público solicitando a abertura da rua. Não podemos ficar dois anos com a passagem fechada - disse Acher, acrescentando que a AMA-Leme não consultou os moradores do bairro sobre a instalação do canteiro. - Não fomos consultados. Além disso, a Secretaria de Habitação não nos apresentou o projeto da obra e do canteiro.
Em nota, a Secretaria municipal de Habitação informou que a nova rede vai melhorar as condições de drenagem das águas pluviais em todas as ruas próximas ao acesso às favelas. No texto, a secretaria confirma que fez reuniões com a associação de moradores antes da colocação dos tapumes e da interdição parcial da Rua Aurelino Leal. Segundo a nota, os tapumes foram colocados a uma distância de dois metros dos prédios, protegendo os pedestres da área de circulação das máquinas, e com a autorização da CET-Rio.
No momento, estão em andamento dentro do Morar Carioca nos morros da Babilônia e Chapéu Mangueira, obras de contenção de encostas, reflorestamento, implantação de um Posto de Orientação Urbanística e Social (Pouso) e a criação de becos-limites para evitar a expansão desordenada, além da instalação de pontos de iluminação pública, praças, áreas de lazer e recuperação de ruas, escadas e pavimentos da Ladeira Ary Barroso.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/06/28/fechamento-de-rua-no-leme-para-instalacao-de-canteiro-de-obras-das-comunidades-da-babilonia-do-chapeu-mangueira-causa-polemica-924784427.asp#ixzz1Qh0b7Hiv
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4 comentários:
Toda melhoria que se faz necessário tras tanstornos até dentro de nossas casas, se faz obras reclamam se não faz reclamam haja paciência e tem gente que reclama até de viver.
No início do blog temos uma carta enviada para o prefeito. Nela abordamos o tema transportes, como tantos outros, problemáticos.
Nesta petição ao MP defendemos como melhor saída o PEU - plano de estruturação urbana - como forma de regularizarmos o transporte, o atendimento médico e educacional ao bairro. Não necessitamos de pontos finais sem utilidade, mas de circulares que nos permitam chegar aos bairros vizinhos.
Sou morador da comunidade Chapéu Mangueira, tenho 51 anos, e vivo aqui desde de que eu nasci. Vejo que as pessoas que moram nos prédios ainda que não são todas,mas talvez sim a maioria, nos olhem com preconceitos. Quando vem chegando um projeto tão importante como este que irá beneficiar a todos os moradores do bairro, tanto os das comunidades e os que moram nos prédios em seus apartamentos, ainda tem pessoas contra. Na verdade essas pessoas não querem ver as melhorias acontecer. Pois talvez devam achar que o pobre não tem o direito de ser feliz e ter uma vida digna. Não importa qual classe social ou status que uma pessoa consiga na vida, o que mais importa é ter essa pessoa caráter, dignidade e personalidade. Essas pessoas que tem algum tipo de preconceito com aquélas que vivem nas comunidades seja no Leme ou qualquer outro bairro, deveriam pensar que alí estão trabalhadores que buscam todos os dias o sustento de seus familíares de forma muito honesta e com muito orgulho. Chapéu Mangueira e Babilônia tem hoje uma Upp que esta conseguindo fazer com que os jovens olhem para frente e enxerguem um futuro promissor. A Upp é um projeto que deu certo, e não esta trazendo a paz somente para um grupo de pessoas ou um bairro, mas sim, para o Rio de Janeiro.Por isso eu acho que ao invés de ficar-mos só criticando uns aos outros, devería-mos sim, fazer uma corrente com pensamentos positivos na certeza de que não somente este projeto, e sim todos ou a maioria deles, darão certo. Para isso é só haver uma união entre nós os moradores do bairro do Leme, todos ( Comunidades, moradores dos prédios e nossos governantes.)Lembrem-se, tudo o que for acontecer de bom aqui na duas comunidades, será importante também para todos vocês. Sr. Sebastiam Archer; Eu tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente em uma reuniaão que fizemos aqui na Associação do Chapéu Mangueira, concordei com alguns pontos colocados por sua pessoa. O senhor nos afirmou que não é contra o projeto e sim com a forma pelo qual esta sendo realizado. Eu gostaria muito que houvésse um entendimento entre todos os envolvidos, lideranças comunitárias,moradores do Leme, a Secretaria de habitação e a empresa que esta à frente do projeto. Então se é verdade que o senhor não esta contra este projeto, e visa o bem estar de todos querendo o melhor para o nosso bairro, o senhor deveria tirar esta petição pública ou quem sabe se for o caso, esta ação que corre no ministério público pedindo a paralização das obras. Tenho a certeza de que com a união e o diálogo chegaremos todos ao mesmo objetivo, ou seja, viver-mos todos em um bairro com qualidade de vida melhor para todos. Muito obrigado por sua atenção!
ACHO QUE O GRANDE PROBLEMA É A FALTA DE PLANEJAMENTO QUE GERA DESORGANIZAÇÃO E PROBLEMAS PARA TODOS. A SITUAÇÃO DA LADEIRA ARI BARROSO, UMA RUA QUE DEVERIA SER EXCLUSIVAMENTE RESIDENCIAL, É UM EXEMPLO LAMENTÁVEL: REPLETA DE BIROSCAS, COM MÚSICA AOS BERROS A QUALQUER HORA, INVASÃO DAS PRECÁRIAS CALÇADAS COM MESAS E CHURRASQUEIRAS, UM VOLUME DE LIXO GERADO PELAS FREQUENTES FESTINHAS E QUE ENTOPE OS BUEIROS).SEM FALAR NOS CARROS ESTACIONADOS NOS DOIS LADOS, OBRIGANDO OS PEDESTRES A ANDAR PELA RUA,ALÉM DO MATERIAL DOS AMBULANTES DE PRAIA QUE OCUPAM TODA CALÇADA ATÉ A ENTRADA DO COLPALEME. FISCALIZAÇÃO AQUI, MESMO COM A UPP, É ZERO.
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